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Alerta: silos inundados exigem precauções no manejo dos grãos

Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos da Abimaq emitiu nota com orientações técnicas para evitar colapsos estruturais


Assista à entrevista de Paulo Bertolini, diretor da CSEAG, ao Agro+


As enchentes que assolam o Rio Grande do Sul atingiram diversos silos e estruturas de armazenagem, requerendo cautela para que se possa realizar com segurança o manejo e reaproveitamento dos grãos armazenados que ainda estejam secos e em boas condições sanitárias.


Visando evitar a desinformação e minimizar os riscos que podem decorrer de colapsos estruturais, a Comissão Técnica da Câmara Setorial de Armazenagem de Grãos (CSEAG) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) apresenta a seguir precauções que devem ser consideradas ao manejar grãos armazenados em silos que foram inundados:


RISCO DE COLAPSO


A Inundação incorre na expansão (inchamento) dos grãos devido à absorção da água, o que gera aumento na pressão interna e pode levar ao colapso estrutural do silo (desabamento). É importante garantir o isolamento da área do entorno, para evitar o soterramento de pessoas e equipamentos.


AVALIAÇÃO ESTRUTURAL


Antes de realizar qualquer intervenção, é essencial que um profissional habilitado realize uma avaliação estrutural. Caso encontre qualquer indício de ruptura, tal como deformações excessivas do corpo do silo, deve-se manter o isolamento da área até que seja determinada uma forma segura de descarregar o silo. É recomendável que a avaliação seja realizada pela empresa fabricante do silo.


DESCARGA DO SILO


Somente após uma avaliação estrutural e liberação do profissional habilitado, os silos podem ser descarregados. A inundação compromete o sistema de descarga instalado na parte inferior do silo, demandando que estes sejam esvaziados de cima para baixo por meio de equipamentos apropriados. A abertura de chapas laterais não é recomendada, podendo resultar no colapso estrutural do silo; consulte o fabricante antes de realizar esse tipo de intervenção.


GASES ASFIXIANTES


A decomposição dos grãos, em decorrência do excesso de umidade, pode gerar gases nocivos à saúde, especialmente em ambientes fechados, como silos, armazéns, poços, túneis, entre outros ambientes de uma unidade de armazenagem, com risco de morte. Não entre nesses ambientes sem a utilização de um detector de gases apropriado, pois os gases normalmente não são percebidos pelas pessoas. O uso de equipamentos para fornecimento de oxigênio pode ser requerido. Consulte a NR 33 para mais informações.


INCÊNDIO E EXPLOSÕES


Os gases gerados pela decomposição dos grãos são inflamáveis, e os próprios grãos, bem como a poeira gerada por estes, são combustíveis, podendo assim incorrer em incêndios e explosões. Trabalhos a quente, tais como solda e corte, devem ser evitados, sendo apenas realizados considerando o uso de equipamentos e técnicas apropriadas.


APROVEITAMENTO DOS GRÃOS


O aproveitamento de grãos deve se restringir aos grãos secos, desde que não apresentem agentes patogênicos. Os grãos encharcados devem ser descartados, pois após vários dias em condição de umidade elevada ficam impróprios para consumo. Consulte especialistas para realizar tal avaliação.


AUTOCOMBUSTÃO


O excesso de umidades dos grãos também contribui para o processo de superaquecimento da massa de grãos, podendo incorrer em autocombustão, resultando em incêndio e/ou colapso do silo. Por esta razão, tão logo seja possível, o processo de avaliação estrutural, seguido de descarga orientada, deve ser realizada.


Esclarecemos que são recomendações de ordem geral e que, por isso, devem ser aplicadas de acordo com a situação real de cada caso, após exame cuidadoso e criterioso das anomalias apresentadas nas instalações e na sua carga.


Fonte: Abimaq




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