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1º Congresso Abramilho: Armazenagem não cresce no ritmo do crescimento da produção brasileira

Gargalo na capacidade de estocar grãos foi um dos temas abordados durante evento, em Brasília


Painelistas debatem cenário político, segurança alimentar, inovação e infraestrutura



O 1º Congresso Abramilho, realizado no dia 17 de maio, em Brasília, reuniu autoridades e especialistas para discutirem as perspectivas e os principais desafios da produção de milho no Brasil. O evento contou com a participação de diversos representantes do setor, que debateram a cadeia produtiva em 10 painéis temáticos.


O painel “Infraestrutura: o principal gargalo para o crescimento do milho no Brasil”, teve participação do diretor da Abramilho, Paulo Bertolini; do secretário da Câmara Temática de Infraestrutura do Ministério da Agricultura, Carlos Alberto Bastos; do vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Beber e da coordenadora de assuntos estratégicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisangela Pereira Lopes. A mesa contou com a mediação do repórter da Folha de São Paulo, Mauro Zafalon. Ainda vistos como grandes problemas a serem superados, a falta de armazenagem e de logística no país foram os temas centrais no debate.


O presidente da Abramilho, Paulo Bertolini, diretor da Granfinale Sistemas Agrícolas, ressaltou que o custo logístico do milho é alto e que a capacidade estática de armazenagem não acompanha o crescimento da produção brasileira. Bertolini lembrou ainda que estes são problemas antigos para os produtores.

“O nosso desafio é entender cada aspecto dessas duas questões e buscar formas de reverter esse quadro. A falta de armazenagem é um fator que já está contribuindo para a redução do crescimento da produção.”

Falta de armazenagem e de logística no país foram os temas centrais no debate

Lucas Beber, vice-presidente da Aprosoja-MT, disse que além de ajudar o produtor a equilibrar a precificação do seu produto, evitando oscilações mais fortes nos valores praticados, o armazenamento é uma questão de segurança alimentar, bem como de soberania nacional.


Segundo ele, Mato Grosso deve produzir aproximadamente 90 milhões de toneladas de grãos em 2023, e o déficit de armazenamento estático do estado é de 62 milhões de toneladas.

“Isso faz com que os produtores tenham que vender na hora errada, diminuindo o preço do grão, trazendo outro reflexo negativo: o aumento do custo do frete, além de saturar as rodovias com caminhões para escoar a produção, colocando motoristas e passageiros de veículos menores em risco e causando maior desgaste às rodovias”. Beber ressaltou ainda a necessidade de investimento para a construção de ferrovias no país.

A representante da CNA, Elisangela Lopes, chamou a logística de “o grande vilão do agronegócio brasileiro” em termos de custos. Ela comparou o custo de transporte no Brasil com o de concorrentes, como Argentina e Estados Unidos, e ressaltou a necessidade de integração de diferentes modos de transporte para reduzir as despesas. Elisangela mencionou a importância dos rios brasileiros como uma possível solução logística e enfatizou a necessidade de uma política de estado consistente para garantir a continuidade das boas práticas.

Carlos Alberto Bastos, do Mapa, apontou que a agricultura no Brasil se desenvolveu antes da logística adequada, e falou da importância de ajustar a infraestrutura, especialmente no que diz respeito a ferrovias e armazenagem.

“Espero que o Ministério da Agricultura possa oferecer condições para que o milho e o agro cresçam ainda mais”, concluiu.

O Congresso


O 1º Congresso Abramilho também teve debates sobre o cenário político pós-eleições, desafios a serem superados para a garantia da segurança alimentar e implantação de novas tecnologias como aliadas de produção.


Durante o painel “Cenário político pós-eleições”, o jornalista José Maria Trindade ressaltou a necessidade de comunicação e negociação entre o setor e o governo, abordando desafios como tributos, logística, infraestrutura, transporte, custo de produção e desperdícios. “Os principais desafios passam pelo governo. O setor é independente, mas é importante negociar com o governo, exigir um retorno”, explicou.


O painel “Segurança Alimentar: os desafios do abastecimento interno versus externo” contou com a participação do superintende da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thomé Guth; do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin; do presidente da União Nacional do Etanol de Milho, Guilherme Nolasco e do jornalista Rafael Walendorff como mediador.


O terceiro painel do evento teve como tema “Inovação: soluções para alta produtividade”. Os convidados para o debate foram o diretor de marketing de sementes da Bayer, Luiz Marcio Bernardes e o presidente da Associação de Produtores de Soja do Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), André Dobashi. O painel foi mediado por Cassiano Ribeiro, editor-chefe do Globo Rural.


Com Assessoria Abramilho



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